Olho pelo vidro da janela e vejo o reflexo da minha imagem.
Hoje estou triste, nostálgica e dou por mim a pensar em ti, em nós, naquilo que fomos, naquilo que poderíamos ter sido.
Duas almas separadas pelo orgulho e pelo cruel e insensível egocentrismo.
Somos as duas margens de um rio, cuja corrente poderosa leva tudo no seu leito.
Assim , separados mas frente a frente, vivemos com o medo que essa corrente seja mais forte que o sentimento que nos une e nos leve para um destino bem incerto.
Atravessar o rio é arriscar na incerteza.
Assim, prefiro consolar a minha alma com a tua bela e ingénua imagem, olhando para ti, deliciando os meus olhos e, tendo-te ali, ainda que separado de mim, ali, diante dos meus olhos.
Prefiro a certeza de um mero olhar do que a incerteza de um possível fracasso.
Sara Quelhas 2011
Sara Quelhas 2011
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